A Arte Cristã Primitiva
- Kethlin Tatiane Villwock
- 22 de set. de 2015
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Segundo site ECCLESIA: “Como todas as coisas, a Arte Cristã teve um começo e, neste caso, de forma surpreendente. Depois que Cristo deixou sua doutrina, doze trabalhadores da Palestina andaram pelo mundo e o modificaram espiritualmente. Tanto que até hoje milhões de pessoas do mundo inteiro se reúnem em torno das igrejas de suas cidades e vilas. Mas voltemos ao começo: a necessidade de um local para o culto, a primeira igreja, os primeiros símbolos, a ilustração da primeira Bíblia, o primeiro crucifixo, a primeira imagem de santo, a primeira Virgem e o Menino, toda a história cristã é retratada em sua arte.
Como toda criação artística, a arte religiosa sempre esteve sujeita a limitações, principalmente financeira (trabalha-se dentro de um orçamento). Como a Arte Cristã é utilitária, limita-se a criação do artista, pois a chamada arte eclesiástica serve às necessidades da Igreja, tudo dependendo das regras impostas, do tamanho dos templos e de suas formas de edificações.
Na pintura, os acontecimentos que determinaram as origens da Igreja e os grandes mistérios da fé foram representados para instrução e edificação dos devotos. As exigências do clero eram rigorosas, sendo a utilização da obra definida no momento da encomenda. Sem contar que existiam formas tradicionais, quase obrigatórias, para representar alguns temas, como por exemplo a "Adoração dos Reis Magos", a "Entrada de Jesus em Jerusalém", "O Batismo de Cristo", "A Santa Ceia", etc. O fato é que pelo respeito e pela natureza sagrada da arte cristã, impediram o surgimento de maiores inovações, o que acabou contribuindo para seu esplendor.”
Segundo site BRASIL ESCOLA “a partir de 313, a expansão do cristianismo pelo Império Romano estabeleceu outra fase no desenvolvimento das expressões artísticas ligadas a essa nova crença”. De acordo com as bases fundamentais do Edito de Milão, documento oficial outorgado pelo Imperador Constantino, o cristianismo passava a ser uma religião reconhecida pelo Estado romano. Após essa determinação, as igrejas cristãs se proliferaram e abriram espaço para um novo campo de expressão para tal arte.
Arquitetura
Os primeiros templos cristãos foram visivelmente influenciados pela tradição arquitetônica dos prédios públicos romanos. Uma das maiores manifestações dessa influência é vista na utilização da palavra “basílica” para nomear as igrejas. Antes de tal acontecimento, esse mesmo nome era somente empregado para os prédios que cuidavam da administração do império. Sendo uma verdadeira homenagem à confissão cristã, essa primeira igrejas construídas tinham um projeto arquitetônico bastante elaborado. Os recursos financeiros utilizados eram elevados, pois se tinha uma grande preocupação com a solidez da obra construída. Internamente, as primeiras basílicas cristãs eram dotadas de um grande teto segmentado em três grandes abóbodas ogivais apoiadas por ogivas menores que, por sua vez, eram sustentadas por várias colunas. Em algumas situações, por conta da falta de conhecimento do arquiteto ou pela simples contenção de despesas, algumas igrejas contaram com um projeto menos elaborado. Contudo, vemos que parte considerável dessas igrejas valorizava a concepção de espaços amplos que pudessem se adequar à congregação de vários seguidores do cristianismo. Além disso, as paredes eram ricas em pinturas que faziam referência a passagens bíblicas.

Pinturas
As pinturas que aparecem nessa época assinalam bem o estado de hibridação cultural vivido no mundo romano. Muitas das imagens representadas no interior destas igrejas, que faziam sentido ao culto cristão, também poderiam despertar os sentidos dos seguidores das demais religiões pagãs. A representação de videiras nos arabescos das basílicas que poderia ter origem nos rituais dionisíacos, agora, no contexto cristão, fazia referência ao sagrado ritual eucarístico. Além dessa fusão, percebemos que a liberação do culto propiciou a inauguração de uma série de novos elementos que integraram a iconografia cristã. Como exemplo, podemos citar uma interessante imagem presente na Igreja de Santa Constanza. Em tal construção, podemos apreciar a imagem do Cristo em um cenário paradisíaco entregando as leis nas mãos dos apóstolos Pedro e Paulo. Ainda durante o século IV, temos que ainda destacar as ações tomadas pelo Imperador Teodósio. Por meio dos poderes a ele concedidos, este governante romano, no ano de 391, elevou o cristianismo à condição de religião oficial de todo o Império Romano. Dessa forma, podemos compreender por quais razões a pintura e a arquitetura cristã se desenvolveram tanto nesse espaço de tempo.”
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